E é nessas altura que eu sei...
A quilómetros de distância de ti, aqui é quase meia-noite. Estou na cama, preparo-me para dormir... Tenho sentido a tua falta. Sinto sempre a tua falta: a falta do teu sorriso, da tua voz, do teu calor, da promessa sensual implícita na forma como te encaixas em mim à noite, de toda a paz que o toque da tua mão empresta ao meu peito... Felizmente em breve estarei contigo...
Vou ter oportunidade de me deliciar com a forma como passas por mim sabendo que te estou a olhar apaixonadamente, com o desejo incendiado pelo teu perfume e pela curva que o teu peito firme e quente faz no vestido justo, verde, que hoje decidiste colocar, tentador. Olho para ti e perco-me de mim para me encontrar nos cantos da tua boca que sorri, ou nos gestos lentos com que colocas o cabelo atrás das orelhas, ou ainda no olhar desafiador que me atiras. Olho para ti e logo me encontro na pele do teu pescoço, na curva macia, suave, do teu pescoço esguio, que ordena aos meus lábios que o tomem gentilmente...
Olho para ti e vejo-me sorrindo estupidamente por saber que aquela mulher fantástica, de vestido colado ao corpo, pernas longas e decididas, que usa uns sapatos de salto alto com a naturalidade de quem nasceu para conquistar o mundo, que ostenta o sorriso mais sexy que Deus colocou na Terra, que mesmo enquanto se afasta de mim sabe que tenho os olhos a acariciar-lhe as costas e a desejá-la, por saber que aquela mulher fantástica, dizia eu, por vezes procura o meu peito para descansar, o meu corpo para se saciar e as minhas mãos para se segurar dos solavancos desta vida tonta...
E é nessas altura que eu sei (sempre soube, desde aquele dia em que as nossas mãos se tocaram) que há uma faixa, lá no alto, com o nosso nome escrito, lado a lado...