Escolho-te a ti...
Continuo a olhar para o visor do telemóvel ao deitar-me e quando me levanto, todos os dias, na esperança de uma mensagem tua que nos possa resgatar. Continuo a rasgar-me por dentro, à medida que o tempo passa e, sei, me afasta dos teus olhos e do teu coração… Dizeres que acabámos foi uma forma de te obrigares a não voltar atrás, a não vacilar: foi o “fechar da porta” que, pensei, ainda nos poderia sustentar, foi o “colocar uma pedra” em cima dos momentos que passámos juntos...
Dei de mim o melhor que soube e que tenho: o tempo, o pensamento, as palavras, os textos, o amor, a pele, a dedicação, o coração, as minhas mãos interlaçadas nas tuas. O meu amor por ti vê para lá da pele, reconhece-te no brilho desse olhar, na bondade do teu coração, no perfume eterno da tua pele... O meu amor por ti alimenta-se da bondade que transmites em cada gesto e culmina na escolha determinada que diariamente faço: escolho-te a ti.
És a pele com que me visto todos os dias. Não sei ser de outra maneira: só sei ser contigo. E se viver é a inevitabilidade de ter cicatrizes, amar é aceitar que se possam sarar as nossas feridas de alma com aquela pessoa especial ao nosso lado... E todos temos cicatrizes de vivências plenas, ou feridas à espera de serem saradas, todas com a sua história e lições para serem aprendidas. São essas cicatrizes que fazem de nós o que somos hoje, e as pessoas que escolhemos para sarar as nossas feridas fazem de nós o que seremos amanhã.
Esta noite vai até à tua varanda, fecha os olhos, sente o mundo à tua volta, sente as estrelas lá em cima a cintilar, sente a paz do mundo, e ouve o que o teu coração te diz sobre nós. Este é o teu tempo, a tua vida, o teu amor, o teu futuro. Tu és fantástica, és uma lutadora, és uma super-mãe, uma super-namorada, uma super-tudo… Descansa o pensamento, deixa que, por um momento, o teu coração possa levar a melhor, possa dizer-te o que quer, deixa que possa dizer-te para te aconchegares no meu peito…
Acredito que ainda vale a pena lutar pela magia que um dia ambos sentimos, naquele dia em que te limpei as mãos naquela sala, sem conseguir entender a intensidade inexplicável do que estava a acontecer no meu peito, sem saber que estava a limpar, nesse ato, todos os pecados da minha vida e a reconhecer em ti o meu anjo redentor... E onde há amor assim, não há impossíveis: tudo pode ser superado num abraço que, mais do que pacificar dois corpos que se querem, permite o reencontro de duas almas que se amam há uma eternidade...