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Entre Voos

A vida também acontece entre voos, entre momentos, entre o ontem e o amanhã. "Entre Voos" é um espaço de sentimentos feitos palavras, onde se espera pela vida como por um voo na sala de um qualquer aeroporto...

Entre Voos

A vida também acontece entre voos, entre momentos, entre o ontem e o amanhã. "Entre Voos" é um espaço de sentimentos feitos palavras, onde se espera pela vida como por um voo na sala de um qualquer aeroporto...

19
Nov15

Noites de sábado...

Entre Voos

 

“Domingo! Quero um amor como as manhãs de domingo… Como na canção, sabes?” – disse-lhe logo que entrou em casa… No aparador da entrada, o pequeno buda estava ladeado por duas velas acesas, enquanto à sua frente, lentamente, o incenso incandescente libertava a habitual fragância Nag Champa que ela me habituou a preferir e, na cozinha, a mesa estava já preparada e os castiçais acesos para o nosso ritual do jantar de sábado. Riu-se alto, levando a mão ao cabelo, sedutora como só ela sabe ser, fitando-me de cima dos sapatos pretos de salto alto, camisa branca suficientemente insinuante para eu perceber o sutiã que torneava os seus seios voluptuosos, a saia preta, justa, meias que deixavam adivinhar provocantes ligas, como ela sabia que eu adorava…

 

“Quero acordar tarde, com o cheiro do teu corpo a impregnar a minha pele, com os teus dedos interlaçados nos meus e um sorriso enorme no rosto! Quero a eternidade de um dia inteiro à nossa frente, tu ao meu lado, pequeno-almoço tardio, com crepes, Nutella e a confusão dos filhos, quero a promessa de uma tarde que te perpetuará no meu abraço, uma tarde de sol no parque ribeirinho, a tomar café e a olhar para ti, deliciado…” – reclamei, mas já a sorrir com a promessa denunciada pelos seus gestos…

 

Ela avançou para mim, desabotoando um botão da camisa, depois outro, e outro ainda… “Mas não hoje, certo?” – perguntou, desafiadora, enquanto me empurrava, explícita, para o quarto – “Hoje eu não te quero aí, deliciado, a olhar para mim... Não agora...” – continuou, mordendo o lábio inferior, deixando cair propositadamente a saia, materializando as ligas que idealizei, concretizando o meu desejo libidinoso… “Hoje quero-te para mim, hoje quero possuir-te, hoje quero usar-te para meu prazer… e, por favor, deixa a música a tocar…”

 

Não tirou os seus olhos dos meus enquanto, decidida, me desabotoava a camisa sem me deixar tocar-lhe… O calor do seu olhar acendeu-me o desejo como a sede que invade todos os sentidos de um náufrago. “Amanhã…” – sussurrou-me ao ouvido – “Amanhã teremos a nossa manhã de domingo… prometo… mas não hoje...” disse, enquanto o seu corpo nu, serpenteando, deslizava para cima do meu e, deliciosamente, me ensinava todas as variações do amor pecaminoso de uma noite de sábado…

 

 

 

 

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